REGIÃO NOROESTE DE BELO HORIZONTE
1. ORIGEM:
A região Noroeste foi consolidada no período compreendido entre 1893-1897, quando imigrantes e operários vieram trabalhar na construção da capital. A falta de espaço na região central fez com estes trabalhadores fossem deslocados para fora dos limites da Avenida do Contorno.
Neste contexto surgiu na Lagoinha a Pedreira Prado Lopes, primeiro pólo habitacional da região.
O período compreendido entre 1935-1951 foi marcado por várias intervenções urbanas na região, das quais destacamos a abertura das avenidas Antonio Carlos, Pedro II e Tereza Cristina e a construção do Conjunto Habitacional do IAPI, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer.
No ano de 1958, houve uma grande valorização da região com a criação da Universidade Católica de Minas Gerais, hoje PUC-Minas. Outra grande conquista foi a construção do Shopping Del Rey, em 1993, que se consolidou como centro de consumo, por excelência, e como ponto de lazer, com cinemas, competições esportivas, feiras, exposições, etc.
Na década de 70, foi implantada a Via Expressa Leste-Oeste, beneficando especialmente os bairros Coração Eucarístico e Caiçara.
Em 1981, iniciou-se a construção do Complexo Viário da Lagoinha, quando várias quadras do bairro foram implodidas.
A duplicação da avenida Antônio Carlos, trajeto diário de milhares de veículos entre o Centro de Belo Horizonte e a região da Pampulha, gera expectativas positivas para os moradores do tradicional conjunto Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI). Os mais de 5 mil moradores dos nove prédios construídos na década de 1940 no bairro São Cristóvão, na região Noroeste da capital, acreditam que seus patrimônios serão valorizados com as obras realizadas pela Prefeitura.
O IAPI representa um dos símbolos da crescente industrialização econômica na capital mineira em meados do século passado. Integra a história de vários investimentos urbanos na cidade, como a abertura de importantes avenidas, como a própria Antônio Carlos (antiga avenida Pampulha), Tereza Cristina e Pedro II. Os estabelecimentos comercias na cidade quase triplicaram em 10 anos, de 1936 a 1946.
A construção do conjunto residencial refletiu a visão modernista típica do período de Juscelino Kubitschek na Prefeitura. Incorporava a verticalização dos prédios e foi planejada com o objetivo de diminuir os problemas de habitação social na cidade, além de organizar a estrutura do bairro São Cristóvão, que contorna as proximidades do Centro. Na época, era o “bairro Popular”. O conjunto é composto por nove edifícios residenciais, com ruas internas, praça, jardim, área de lazer, com capacidade para abrigar 5 mil habitantes.
O conjunto foi construído pela Prefeitura em parceria com o Instituto de Aposentadoria dos Industriários e com a Companhia Auxiliar de Serviços de Administração (Casa), sediada no Rio de Janeiro. As obras foram iniciadas em 1944, mas a inauguração do IAPI aconteceu duas vezes, mesmo antes do término das obras: nos dias 1º de maio de 1947 e de 1948. Os moradores receberam as habitações apenas três anos depois.
A criação de um conjunto habitacional de estilo moderno e verticalizado levou em conta a necessidade de otimizar o espaço, de maneira a agrupar em um único terreno um maior número de moradores. Várias unidades habitacionais instaladas umas sobre as outras beneficiariam mais famílias.
A preservação do conjunto residencial foi colocada em questão devido à participação e contribuição cultural para a memória histórica da cidade e, em 2007, os edifícios foram tombados pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte.
A região apresenta maiores altitudes na divisa com Contagem, nos bairros Filadélfia e Califórnia, às margens da BR 040, onde podem ser verificados pontos com até 980 metros, decrescendo em direção à Pampulha, para atingir 870 metros no bairro Serrano.
As áreas com maior declividade situam-se ao longo do Anel Rodoviário, nos bairros Engenho Nogueira, Jardim Alvorada e Dom Bosco e na BR 040, nos bairros Califórnia e Filadélfia. O bairro Jardim Montanhês apresenta relevo altamente acidentado e possui carências significativas decorrentes da ocupação de fundo de vale e encosta, agravadas pela susceptibilidade ao risco geológico e parcelamento clandestino.
As áreas de risco mais críticas da região localizam-se nesta área e nas vilas São José e Sumaré.
Toda a região situa-se nas bacias do Onça e Arrudas. A bacia do córrego da Ressaca, situada na porção norte do seu território, integra a bacia Pampulha/Onça sendo formada pelos córregos Coqueiros, Taiobas, Glória e Flor d´Água. Seu solo predominante é do grupo B, formado por solos residuais dos gnaisses silto-arenosos ou areno-argilosos, o que indica infiltração moderada.
Sendo uma região de muitos contrastes, possui quatro áreas bastante diferenciadas, que são segmentadas por vias de ligação regionais e arteriais, como a BR 040, Anel Rodoviário, Avenida Pedro II, Via Expressa e Avenida Carlos Luz. Os bairros situados em toda a extensão do limite leste da região (São Cristóvão, Bonfim, Santo André, Lagoinha, Aparecida, Bom Jesus, Nova Esperança, Nova Cachoeirinha) são de ocupação antiga.
A área central, situada entre o Anel Rodoviário, Via Expressa e Avenida Carlos Luz, compreende os bairros Caiçara, Caiçara-Adelaide, Alto dos Caiçaras, Pedro II, Monsenhor Messias, Carlos Prates, Padre Eustáquio, Minas Brasil, Coração Eucarístico e Dom Cabral. É a mais valorizada e dinâmica da região, apresentando um acelerado processo de verticalização e mudança de uso. As áreas além do Anel Rodoviário (Glória, Coqueiros, Pindorama, São Salvador, Califórnia, Filadélfia, Álvaro Camargos, Jardim Montanhês, Inconfidência, Alípio de Melo, Celso Machado, São José, Serrano, Frei Eustáquio, Dom Bosco, Ipanema e Primavera, foram ocupadas por população de baixa renda.
A quarta e última área, composta pelos bairros Alto dos Pinheiros, Santa Maria, João Pinheiro, Governador Benedito Valadares, Vila Virgínia, Vila Oeste e pela área do Camargos (glebas não parceladas), é segmentada pela BR 040, Anel Rodoviário e Avenida Juscelino Kubitschek, que a isola do restante da região, provocando a sua desarticulação interna.
2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:
Segundo dados do Censo Demográfico de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a região Noroeste de Belo Horizonte possui uma população de 338.100 habitantes, sendo 179.724 mulheres e 158.376 homens.
A extensão territorial da região é de 38,21 Km², com uma densidade demográfica de 8.848,70 hab./Km, por Unidades de Planejamento, conforme abaixo descrito:
FONTE : http://bairrosdebelohorizonte.webnode.com.br/